Bugonia, entre o sombrio e o desolador

Nome Original: Bugonia

Direção: Yorgos Lanthimos

Duração: 118 min/2025

Gênero: Comédia, Ficção Científica

Distribuidor: Universal Pictures Brasil

Países de Origem: Estados Unidos, Irlanda, Reino Unido e Coreia do Sul

Estreia: 27/11

O significado

A particularidade do título vem do vocábulo grego Bugonia – junção de duas palavras gregas: “boûs” (boi) e “gone” (nascimento) – que faz referência a um mito que descreve o nascimento de abelhas a partir da carcaça de um boi.

De acordo com a crença, Aristeu, um apicultor grego, conhecido como protetor dos pastores e das abelhas, possuía os dons da profecia e da cura.

O mito, depois de perder suas colmeias, consegue recuperá-las por meio da bugonia, isto é, o apicultor consegue emergir novas abelhas a partir da carcaça de um boi.

O remake

Bugonia, do diretor grego Yorgos Lanthimos, é um remake do filme sul-coreano Save the Green Planet (2003), de Jan Joon-Hwan.

De um lado, o longa de Jan Joon-Hwan oscila entre humor descontrolado, suspense, terror e drama, às vezes tudo em um único plano, o que faz um thriller impressionante.

Já, do outro lado, o longa de Yorgos Lanthimos tem ótimas atuações, contudo, não se pode dizer a mesma coisa da história, ou seja, sem uma boa história, é impossível fazer um bom filme.

(Reprodução: Prime video)

Os protagonistas

Emma Stone e Jesse Plemons são os protagonistas de um thriller que faz uma mistura muito ruim de sequestros, verdade e mentiras, ideias absurdas, sem fundamentação.

Há coerência?

Na verdade, o longa mostra um retrato de uma sociedade que pensa que sabe tudo, que pensa que pode fazer tudo, mas faz e pensa tudo errado.

Relacionar Bugonia com Salve o Planeta Verde! (2003) é pertinente, uma vez que os dois filmes oscilam entre o comovente, o suspense e o humor negro.

Sobre a história

No longa Bugonia, Teddy (Jesse Plemons), é um teórico da conspiração e juntamente com seu primo Don (Aidan Delbis), sequestra Michelle (Emma Stone), uma CEO da indústria farmacêutica, por estar convencido de que ela é uma alienígena.

Diante dessa “certeza”, Teddy elabora o plano e, com seu primo, decide  sequestrá-la para revelar ao mundo toda a verdade por trás das grandes empresas que operam com a única intenção de destruir o Planeta. 

Toda essa façanha deve caber num porão que funciona também como estúdio de cinema e câmara de tortura.

Erros e acertos

O diretor grego Yorgos Lanthimos  volta aos temas que lhe são comuns, com base também na própria versão que cria de Save the Green Planet! (2003).

No filme sul-coreano, narra a desventura de um homem que acredita estar salvando o mundo de uma invasão alienígena.

Na versão atual de Yorgos Lanthimos, a narrativa é transformada num caos, uma mistura de gêneros no estilo próprio do cineasta, com demasiado humor negro, muito drama, além do terror e da ficção científica, sem nenhuma pitada de comédia. Está mais para um thriller perturbador, com muitos efeitos gráficos desnecessários.

Sobre a sociedade contemporânea

A que ponto chega o narcisismo de uma sociedade.

O longa apresenta dois jovens “sem noção” completamente obcecados por uma teoria da conspiração que, por essa razão, perseguem e sequestram uma CEO por estarem convencidos de que ela é uma alienígena que vai destruir o Planeta Terra.

A ideia de que o mal está no outro e que o outro é sempre a razão do mundo está perdido faz com que surjam indivíduos que podem sim salvar o mundo, a Terra, o Planeta, o Espaço Sideral.

Esses jovens devem procurar salvar a si mesmos, agindo assim, eles já estão ajudando demais o Planeta.

O roteiro, assinado por Will Tracy (O Menu), até tenta construir um thriller que ironiza  política e paranoia contemporânea.

Contudo, a mão do diretor leva o filme a outro patamar. Ao buscar fazer suas próprias correlações,  Lanthimos se perde  nos enquadramentos e se embaralha na bizarrice, causando estranheza. 

Não há mais lugar à crítica que queira abrigar teorias conspiratórias, masculinidade e paranoia digital.

Talvez o cerne do longa fosse mostrar o que, sem querer fazer redundância, esteja bastante visível; indivíduos intolerantes, cheios de razão e, por isso, insignificantes e desnecessários.

O cineasta poderia sim apresentar um retrato da loucura contemporânea, contudo, o que fez foi mostrar uma série de tipos grotescos e muito rasos.

Aguarde! O longa estreia em 27/11

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