No universo cada vez mais vasto da Marvel, “Capitão América: Admirável Mundo Novo” chegou aos cinemas com a difícil missão de manter a chama acesa para um dos personagens mais icônicos do estúdio. Dirigido por Julius Onah e estrelado por Anthony Mackie, Harrison Ford, Danny Ramirez, Shira Haas, Carl Lumbly, Tim Blake Nelson, Giancarlo Esposito e Xosha Roquemore, o filme é o quarto da série centrada no Capitão América, agora com Mackie no papel que antes foi de Chris Evans.
Visão Geral: Uma Experiência Morna e Sem Sal
Apesar do elenco talentoso e do potencial da história, “Admirável Mundo Novo” decepciona por sua falta de energia e impacto. O filme não chega a ser terrível, mas também não empolga ou se destaca. A narrativa é tão morna que o espectador mal percebe quando a história começa ou termina, passando longe de provocar entusiasmo ou emoção.
O problema não está nos atores. Anthony Mackie, que já conquistou fãs como o Falcão, entrega uma atuação competente, assim como Harrison Ford, que interpreta um papel à sua altura. Carl Lumbly, veterano experiente, se sobressai em meio a um elenco que, embora talentoso, não consegue resgatar o interesse do público. Danny Ramirez, com sua energia simpática e contagiante, Shira Haas, atriz de grande talento na pele da Sabra, e Tim Blake Nelson, sempre uma presença marcante, também não são os culpados pelo tom apagado do filme.
A Direção e o Roteiro: Onde a Chave se Perde
Julius Onah, diretor do filme, tem em seu currículo o aclamado “Luz” (2020), que recebeu elogios da crítica, mas, infelizmente, não demonstra seu talento em “Admirável Mundo Novo”. A direção é morna, sem o vigor necessário para dar vida às cenas, e as sequências de ação parecem aparecer apenas porque o roteiro exige, não por uma necessidade narrativa ou artística.
O roteiro é o maior calcanhar de Aquiles do filme. Repleto de reviravoltas que não levam a lugar algum, ele parece uma fumaça para esconder a pobreza do material. Os diálogos são tão sem graça que chegam a soar como uma caricatura da própria simplicidade: frases como “vou abrir a porta porque eu quero entrar” ou “vou pôr café na xícara porque eu quero tomar café” ilustram bem a falta de criatividade e profundidade.
Personagens e Dinâmicas: Relações que Não Engajam
O filme tenta trazer de volta Sebastian Stan como o Soldado Invernal, mas sua participação se limita a conselhos superficiais ao Capitão América, sem agregar muito à trama. A dinâmica entre os personagens lembra aqueles casais que já terminaram, mas tentam reacender algo que não existe mais — uma metáfora perfeita para a relação entre a Marvel e seu público nesta fase da franquia.
É como se a Marvel estivesse tentando, mais uma vez, reconquistar o público com “Admirável Mundo Novo”, mas sem o combustível necessário para fazer esse reencontro acontecer de forma convincente. A sensação é de que o momento de ouro já passou e que esse filme não tem força para reviver a empolgação dos tempos áureos.
Perspectivas Futuras: Thunderbolts Pode Ser a Salvação?
Embora “Capitão América: Admirável Mundo Novo” decepcione, há uma esperança no horizonte com “Thunderbolts”. O trailer sugere um retorno à fórmula que a Marvel dominava nas suas primeiras fases: um drama íntimo, sentido, mas com uma pitada de leveza e diversão. Se essa combinação vai funcionar novamente, só o tempo dirá — mas, pelo menos, há uma tentativa clara de recuperar o brilho perdido.
Conclusão: Uma Tentativa Fraca de Reacender a Chama
“Capitão América: Admirável Mundo Novo” é uma produção que não ofende, mas também não empolga. Com um roteiro fraco, direção morna e um elenco que não consegue fazer milagres, o filme passa rapidamente pela tela, sem deixar uma marca significativa. Para os fãs da Marvel, pode ser uma decepção, e para os espectadores casuais, um filme facilmente esquecível.
Se você está curioso para assistir, vá com expectativas baixas. Talvez o próximo capítulo da Marvel, com “Thunderbolts“, traga a energia e emoção que atualmente faltam à franquia.